VERONA
O muro medieval em Verona foi um dos mais bem conservados que vi na Itália... da parte que sobrou dele, logicamente e do pouco que conheço da Itália. Não sei dizer se a parte conservada é original ou se foi restaurada, mas mesmo assim impressiona se imaginar como era séculos atrás.
Também é interessante observar que, antes, toda a cidade cabia dentro dos muros e, com o tempo, começaram a construir fora dele , porque a cidade crescia e obviamente já não cabia em si, e isso muito antes da era moderna. E como não se podia trocar de muro como se troca a roupa de uma criança que cresceu, e necessita de um número maior, a solução era construir fora do muro mesmo e torcer para não haver invasões dos inimigos.
Acho que para uma cidade moderna caber dentro de alguma muralha, hoje, só se for a muralha da China.
Antes de "entrar" na cidade, com aspas, porque já estávamos na cidade, mas "entrar", aqui, se refere ao que ficava dentro do muro... ai, ai, ter que ficar explicando o óbvio igual a guia turístico. Não tenho paciência, mas ok, vamos em frente...... Do lado de fora dos muros de Verona encontramos diversos prédios históricos importantes como o Palácio Barbieri, construído no século XIX e mesclando estilos (na foto pode ver a parte de trás, que lembra a forma do Coliseu, mas que na frente tem um estilo mais moderno, em tom amarelado, que na foto parece ser outro prédio, mas não é) e que hoje é sede do município.
Passando o Palácio Barbieri logo nos deparamos com o Anfiteatro Romano, não tão grande quanto o Coliseu em Roma, mas muito mais bem conservado (embora olhando a foto nem pareça tão conservado assim), e que ainda hoje se pode ver grandes espetáculos ali... não, nada de gladiadores, leões e sangue, mas apresentação de ópera e até shows de rock.
Infelizmente não pude ver nenhuma espetáculo ali porque... adivinhem! A excursão só ficaria naquela cidade por algumas horas e logo partiríamos, então nada de ópera! Deixo então a foto do lado de fora, onde podemos ver parte da estrutura de iluminação usada nas apresentações artísticas.
Abaixo o desenho que se vê, não é um desenho da cidade de Verona no passado, mas uma foto do desenho de Verona no passado. É que eu iria comprar o tal desenho (que na verdade já era uma cópia impressa, obviamente), mas era tão caro, que resolvi fotografa-lo de graça... Brasileiro, sempre se achando um malandro e dando um "jeitinho".
Mas repare no que interessa, de como era a cidade e como o muro contornava a maior parte, já que começava a surgir construções do lado de fora por falta de espaço na parte central... incluindo o Anfiteatro Romano.
Como na época ainda não haviam inventado os turistas, ninguém se preocupou com invasões. Hoje, coitados, nem o muro segura... como podem ver na foto abaixo, com os invasores bárbaros indo todos em direção das lojas de souvenir chinês fingindo ser italiano.
Tudo logo a frente do Anfiteatro Romano... não adianta procurar por elas naquele "desenho", porque são todas recentes, e só para atender aos novos invasores que atacam sem piedade.
Abaixo é, se não me engano, a foto da entrada de um banco... Sim, pensei em assaltar ali, mas não para levar dinheiro, que seria bem clichê, mas para levar aquelas madeiras do teto, toda trabalhada e cheia de detalhes incríveis... aquilo sim é um verdadeiro tesouro!
Verona também foi locação do filme "Um Pequeno Romance", que começa em Paris, passa por Verona, até chegar em Veneza, como citei quando comentei sobre esta última... num filme romântico não poderia faltar Verona, né?
E o que imortalizou Verona, como cidade romântica e concorrendo com Veneza, foi a história de dois jovens apaixonados (na época os adolescentes ainda não haviam sido inventados, eram apenas jovens), "Romeu e Julieta", do bardo inglês William Shakespeare.
Na verdade "Romeu e Julieta" é baseado em um conto traduzido em versos como "A Trágica História de Romeu e Julieta" por Arthur Brooke em 1562, e retomado depois, em prosa como "Palácio do Prazer", por Willian Painter em 1582 e, por fim, a versão consagrada de Shakespeare, que se baseou naquelas duas versões... não sou especialista no assunto, então consultei a infame Wikipédia.
Bom, o que não se sabe é se a tragédia foi baseada em fatos reais ou se era somente uma alegoria trágica sobre o amor (idealizado). Aliás não se sabe nem se Shakespeare existiu de fato como autor de toda a obra creditada a ele... E sobre isso tem um ótimo filme de 2011, chamado "Anônimo", que trabalha justamente com uma das teses de sobre quem seria, de fato, o autor das obras celebres.
Enfim, parece mesmo que existem muita coisa mal contada no que diz respeito ao universo Shakespeariano... ou você acredita mesmo que esta casa da foto é a casa da Julieta?
Bom, se você acredita que a casa da foto foi mesmo da família da Julieta, então deve acreditar em outras balelas, como aquela do filme "Cartas Para Julieta", que é um romance bem simpático e sem grandes pretensões, mas que (a produção) resolveu que a passagem que serve de entrada, para a tão citada casa, não era adequada por ser muito poluída visualmente (feia) e por isso criou um cenário bem mais limpo para mostrar na obra.Típico das produções estados-unidenses, que acreditam que são capazes de melhorar a realidade e torna-la, digamos, mais adequada (a maneira deles, obviamente), mas a realidade pura e simples é a que podemos ver na foto aqui embaixo... depois compare com o filme!
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