segunda-feira, 30 de novembro de 2020

EXTRA 01: BANDA DESSINÉE (PARIS - FRANÇA 2011)

 EXTRA 01 - BANDA DESSINÉE

Como prometi... bom, acho que prometi, mas se não prometi, tanto faz, porque agora já estou aqui para publicar o primeiro "extra".

E neste primeiro extra, dicas para quem gosta de Histórias em Quadrinhos, ou Banda Dessinée (BD), como chamam na França... resolvi dar dicas de quadrinhos porque todos os Sites, Blogs, Vídeos etc, sobre viagens a França, em geral, e Bélgica, estranhamente nunca tem alguém comentando sobre quadrinhos. 

Por que acho estranho? Porque os quadrinhos Fraco-Belgas são muito famosos no mundo, afinal quem não conhece Asterix, Smurfs ou Tintin? 

E para quem não sabe, eu também trabalho com quadrinhos, mas isso é outra história (em quadrinhos... Háháhá).


Mas vamos ao que interessa: Se você leu o texto sobre o Natal (sem neve) em Paris, da minha viagem em 2011, deve lembrar... se não lembra é só olhar lá no texto... ou não, tanto faz! Enfim, embaixo do hotel onde fiquei tem uma galeria famosa (a Passage Jouffroy), e lá tem várias lojas como contei no texto (que você provavelmente não leu) e é ali que se pode encontrar duas pequenas lojas bastante interessante para quem gosta do tema.

A primeira dica é a Librairie Le Petit Roi, que vende quadrinhos usados (acho que novos também) por um preço bem em conta (ao menos na época, antes da desvalorização do Real)


Ali na foto, onde está um garotinho, também foi onde eu encontrei alguns títulos que me agradaram. A maioria eram álbuns da personagem Lucian (que no Brasil, pelo que me lembro, só teve um álbum publicado (creio que no fim dos anos 1980) com o título de "Lulu Smack!" (Eu, hein?!).


Acho que as editoras deveriam investir mais na publicação de quadrinhos europeus, mas infelizmente elas dependem do interesse de "nerds boçais" que só se interessam em consumir heróis estadunidenses ou mangás modinhas. Falta personalidade... enfim, fazer o que, né? 

Além dos álbuns de "Lucien", que é meu preferido (e só pude ler um, porque em Português só tenho aquele raro exemplar publicado por aqui, em terras tupiniquins e ainda não sei francês suficiente nem para dizer "bom dia") também comprei alguns álbuns com a BD (HQ) do "Le Petit Spirou" (Spirou é outra personagem clássica em língua francesa e que, ao contrário do Lucien, já ganhou uma coleção de uma de suas versões em Português. Só procurar.)


Ainda na Librairie Le Petit Roi, ainda comprei esses dois álbuns abaixo, que são trabalhos que eu nunca tinha ouvida falar, até então, porque no Brasil só se publica, basicamente, DC, Marvel, Mangás (independente da qualidade, porque se é Mangá, vende!) e, claro, Turma da Mônica... 


...  E falando em Turma da Mônica, cadê os trabalhos de Luis Sá, Daniel Azulay, Ely Barbosa, Ziraldo e outros talentos dos quadrinhos nacionais, que podem até não dar o lucro que as editoras querem, mas possuem uma qualidade que não se vê mais? Hein, cadê?

Mas voltando ao assunto, depois de comprar vários álbuns na "Livraria do Pequeno Rei", fui na loja logo ao lado, aonde podemos encontrar vários artigos e miniaturas das personagens de diversas BD's, clássicos da literatura infantil em língua francesa, de desenhos animados etc.


Estou falando agora da loja "La Boite a Joujoux", onde encontrei a "Família Barbapapa", que passava no "Globinho", na época em que era apresentado pela brilhante jornalista Paula Saldanha. Todos as animações apresentadas durante o programa, naquela ocasião, eram de arte e feitos na Europa, indo na contramão da tendência exterminadora de cérebro, que exibia (exibe) somente produções estadunidense... Bom, fica aí com parte da família Barbapapa aí embaixo!  



... Adivinhem quem eu encontrei ali. Tchan, tchan! Uma miniatura do Lucian, daquela BD que comentei ali em cima, e que comprei vários álbuns na loja anterior.



E por fim comprei uma miniatura de outra personagem, o Titeuf, que também já tem alguns álbuns publicados em português. 


Agora deixo uma pequena lembrança da simpática família que me atendeu naquela loja de miniaturas. Lá ganhei uma pequena caixa de música de lembrança (mas na foto seguro a placa que comprei como souvenir de Paris) e deixei para elas uma placa escrito "Brasil", como uma lembrança de minha passagem por lá.



Histórias em quadrinhos (BD) é considerado arte em muitos países da Europa, mas principalmente na França e na Bélgica. Mas no Brasil, já é difícil que arte, de uma forma geral, seja considerada arte, que dirá a pobre arte de fazer quadrinhos. Aqui ainda é "coisa de criança", ou seja, nem coisa de turista é. Triste...

Na França encontrei diversas publicações especializadas no assunto, como esta aqui embaixo.


Não entendeu? Vou traduzir: Belas Artes - Humor e Quadrinhos! Sacou o detalhe? "BELAS ARTES"

E claro que não encontramos quadrinhos somente em lojas como as que mostrei aqui, mas também em livrarias, tabacarias, nos aeroportos, em estações de trem e até em bancas de jornal, como esta da foto! 


No Brasil procurei uma livraria ou uma banca de jornal que fosse, no aeroporto Galeão, para poder ler algo durante o voo, mas no Brasil não se encontra mais livraria nos aeroportos... será que é porque o brasileiro não lê? Bom, eu sou brasileiro.

E assim termino a primeira publicação extra deste Blog que ninguém lê (minha mãe não conta).

Até...


sábado, 10 de outubro de 2020

02 - A EXCURSÃO DE DANTE - PARTE 05 - PORTUGAL - LISBOA

 LISBOA - PORTUGAL

Finalmente livres da excursão!!! Enfim, já era o fim da viagem e o pacote nos permitia dar uma paradinha em Portugal antes de voltarmos para o Brasil, então garantimos (aproximadamente) mais 24hs na cidade de Lisboa. É, foi rápido como os passeios da excursão, mas com a vantagem de nos livramos do ônibus lotado de turistas e ganhamos a liberdade de ir e vir de acordo com os nossos desejos e não com os desejos do guia.

Como podem reparar na foto estou até sorrindo de alívio... tudo bem, é um sorriso à La Gioconda, discreto, mas está ali, representando toda felicidade, ainda meio traumatizada, mas feliz!

E só para esclarecer, a camiseta azul, estampada com o submarino amarelo dos Beatles, apesar de parecida com aquela vitrine de Londres, foi comprada (a um preço muito mais em conta) num camelô legitimamente brasileiro. 

Mas vamos lá... Atrás de mim uma vista de Lisboa, direto do mirante do Parque Eduardo VII... se tem lojinha por ali? Não sei e nem me interessa, porque não sou turista, e gosto de estar no lugar para apreciar, relaxar, conhecer mais sobre o local vivendo uma experiência sensorial... resumindo: Viver a experiência de estar ali. 

Se tiver a oportunidade de ir aquela cidade, aproveita para visitar o local, que (ao menos no dia que fui) parece ter escapado da fúria bárbara dos turistas, que devem estar na fila do pastel de bacalhau, do pastel de nata ou da loja de sardinhas para turistas (que vendem latinhas a preço de ouro, mas tem o mesmo gosto da sardinha do mercado ao lado de sua casa, que custa... bem menos).

Abaixo o mesmo lugar, com a lente zoom!


 Para quem já conhece o lugar vai reconhecer esta vista panorâmica, mas para quem não conhece, e quer ter uma ideia, pode olhar a colina ao fundo aonde pode-se ver as ruinas de uma fortaleza no estilo medieval, ali é o famoso Castelo de São Jorge. Logo ao lado, na parte baixa, a direita, fica a rua Augusta, o Arco da Rua Augusta, a Praça do Comércio e logo em frente a praça o rio Tejo... é, não dá para ver na foto (só o rio), mas estão ali. É só uma referência para quem quer se localizar. 


Olha aí, na foto seguinte, o castelo mais de perto... não é da Disney, mas é melhor, porque é de verdade! Embora também seja um estilo diferente daquele castelo da Cinderela da terra do Mickey, pode -se encontrar ali, pelo continente Europeu, diversos castelos semelhantes ao do conto de fadas (mas verdadeiros).


E o que dizer deste mapa feito de azulejos bem ao estilo lusitano... Lindo!


... Muro idem!


... Prédios idem... tá, começou a cansar! Vamos mudar de assunto?


O caos (com certo charme) típico das terras latinas... poderia ser na Espanha, na Itália, ou no Brasil, mas é Lisboa mesmo!


E este cardápio colado no vidro? Só percebemos que não estamos num subúrbio carioca qualquer por causa da língua portuguesa... Mas, ué?! Não é a mesma língua?


Assim como no Brasil só podemos chamar o queijo de Minas de queijo de Minas, se ele for feito em Minas, o famoso pastel de Belém só pode ser chamado assim se for feito em Belém. Fora dali é "pastel de nata". Na foto o lugar mais procurado para se comer o pastel de Belém, com filas quilométricas. Como não sou turista, vou de pastel de nata mesmo, que não tem fila... é só pedir e se deliciar. Quanto ao gosto, é o mesmo, só que sem fila de turista. 


Ali atrás dos mastros dos barquinhos está o Monumento dos Descobrimentos, ou Padrão dos Descobrimentos, um dos cartões postais da cidade de Lisboa que fica as margens do Rio Tejo e é um importante símbolo do passado glorioso que Portugal teve na época das grandes navegações. Mas aí descobriram o Brasil e tudo desandou... ao menos para os nativos que viviam por aqui. 


Bom, o dia já está acabando (e ficando nublado), acho melhor ir logo para o aeroporto e pegar o avião de volta para casa... não, não é esse aí de baixo. 

O avião da foto é um hidromotor que fez a primeira travessia aérea do Atlântico sul e concluída com sucesso pelos aeronautas Gago Coutinho e Sacadura Cabral, em 1922 O lugar de partida foi por ali mesmo, no local do monumento.

A viagem demorou setenta e nove dias para ser concluída! Será que a poltrona reclinava? E serviço de bordo nem pensar, né? Tô fora!



E assim chegamos ao fim dessa jornada... gostou? Melhor dizer que sim, porque com o tempo que perdi escrevendo esta sandice!

... e se disser que não gostou, vai ver o que é surtar! Vai até desejar estar numa excursão! 

Mas se gostou e quer mais, aguarde... vou tirar uma folga aqui e volto qualquer dia desses para contar de outras viagens.

Talvez eu publique alguns extras nesse meio tempo, só para não deixar as teias de aranha tomarem conta do espaço. 

Enfim... Boa viagem!


sexta-feira, 2 de outubro de 2020

02 - A EXCURSÃO DE DANTE - PARTE 04 - INGLATERRA - LONDRES

 LONDRES - INGLATERRA

Um dos enganos mais comum entre a turistada preocupada com status de viajante chique, que não são, porque gente chique não se preocupa com status... e também não viaja a turismo, viaja a negócio... mas voltando ao assunto, o engano mais comum é achar que o Big Ben é o relógio da torre, ou a própria torre. Não é!!! E antes que venham com pitacos constrangedores já aviso: Também não é a explosão responsável pela origem do universo que conhecemos, e muito menos nome de seriado estadunidense. Vamos lá: Big Ben é o sino de 13 toneladas (!!!) e que tem aquele nome por causa do apelido do cara que o instalou, e o apelido dele era... Tchan, tchan!!!


Para quem gosta de contrastes entre o antigo e o moderno, Londres é o lugar perfeito. E a origem dos contrastes fica por conta da história daquele lugar, que foi destruído e reconstruído diversas vezes por diversos motivos, mas principalmente guerras. Nem sempre foi possível reconstruir Londres respeitando a arquitetura dos prédios perdidos, então as novas tendências arquitetônicas ganharam espaço por lá... muito espaço. Na foto a seguir pode ver bem o que digo apreciando o prédio modernos e de formas arrijadas em contraste com o estilo mais clássico da Tower Bridge logo atrás, numa noite de chuva, como se é de esperar. Para quem gosta de (bons) filmes de ficção científica, no melhor estilo "Gattaca" ou "Código 46", a cidade é cinematográfica... bom, acho ela cinematográfica de qualquer jeito. Isso sim é arquitetura modelo, não é a Flórida ou suas cópias baratas (no estilo, não no preço, que está longe de merecer os valores que valem) da Barra da Tijuca. Credo!


O velho castelo na foto é a famosa Torre de Londres, que teve sua construção iniciada em 1078. Na versão cinematográfica de Robin Hood, de Ridley Scott, o castelo onde a personagem lendária anuncia a morte do rei, chegando de navio, seria o mesmo castelo. O fato descrito naquela obra cinematográfica, se aconteceu de fato, teria sido ali pelo séc. XIII, ou seja, duzentos anos depois do início de sua construção. Assim como o Rei Arthur, profetas famosos de importância bíblica e outras figuras celebres, não sabemos se existiram de fato e, se existiram, não sabemos se realmente guardam características descritas em suas lendárias aventuras.


Parem a droga do ônibus que eu quero descer!!! E pegar carona naquela linda carruagem!!! Lá não é Pasárgada e nem sou amigo do Rei, mas mesmo assim quero ir de carruagem!!! Se a ONG dos direitos dos animas me permitirem, logicamente, porque se tiver mal trato, continuo no ônibus mesmo... ou vou de taxi (tá, admito que esta referência foi desnecessária).


Sabem quem estava ali no Royal Albert Hall no dia da foto abaixo? Ninguém menos que o espião de vossa majestade, o 007, Daniel Craig, para lançar o novo filme (na época) da série... Lançamento que eu não fui por estar abduzido numa excursão mais interessada em lojinhas para turistas que os chineses têm no Picacadilly, do que estar no Royal Albert Hall. Mas tudo bem, se fosse a apresentação de alguma grande orquestra eu realmente ficaria chateado de não ir, e duvido que a Rainha fosse me convidar para aquela sessão em especial. Mas me aguardem, ela ainda vai me implorar para me conceder o título de Sir Victor Klier. Questão de tempo. 


Este prédio na foto abaixo (ih... passou!) é o museu que não fui... não porque não quis, claro, mas porque ir de excursão inviabiliza qualquer tentativa de conhecer lugares úteis, de cunho intelectual, cultural, científico etc... Mas se ali fosse a lojinha do chinês, ainda estaríamos por lá, andando por entre as inúmeras bugigangas inúteis. 


Ahh, mas passei pela celebre Carnaby Street, ex-reduto hippie e vanguardista, mas que atualmente é reduto turístico e "modinha". Triste...


E, não, não é banheiro público, são cabines de telefônicas... alguém aí ainda sabe o que é um telefone? Ou uma cabine de telefone? Os turistas "nerds", fãs de Super-Homem, deveriam saber.


Há em Londres uma infinidade de construções feitas com tijolinhos vermelhos (se fosse em Oz, talvez fossem dourados) como podem confirmar na foto. Isso se explica porque naquela cidade há poucas fontes de matéria prima rochosa, então a solução foi... Turma? A solução foi? Alguém... Alguém sabe? Buller? Nerd de plantão?


Para quem acredita em virgens que engravidam de botos ou pombos, que aquela casa em Verona é da Julieta, então não podem perder esta atração: A casa de ninguém menos que Sherlock Holmes, aquele detetive famoso na ficção que os adolescentes abobalhados das últimas gerações acreditam que existiu de verdade (pior, acreditam que Enola Holmes, a irmã de Sherlock, que Conan Doyle jamais criou, também é de verdade)... Acho que estupidez, agora, é doença genética. Só pode! Bom, aí está a prova de que ao menos o endereço é real: 221b, Baker Street, Londres.


Ali onde está o guardinha (preciso dizer que é um ator? Se preferir eu desenho, tá?) é a entrada da casa de uma das personagem mais famosa da literatura. E para os desavisados, que assistiram a série "House", eu sempre repito que a personagem protagonista (e que dá nome ao programa) da série é uma releitura da personagem britânica... enfim, ali a direita fica a lojinha de bugigangas temáticas... comprei algumas para meu acervo, pois são muito úteis numa direção de arte, por exemplo, na hora de produzir um filme, uma peça e afins. 


E indo na direção oposta, a esquerda da casa do detetive imaginário, uma pérola (porque os preços de lá são equivalentes a de joias) para Beatles maníacos, que é a loja temática deles... e, não, os Beatles não são imaginários, obras da literatura ou da mente de algum escritos consagrado... eles existiram de fato! Sério! Mas mesmo sendo fã do quarteto, melhor manter distância daquele lugar, ou correm o risco de não terem dinheiro para voltar para casa (ou mesmo para o hotel/albergue onde estão hospedados), porque como eu disse, lá é caro como uma loja de joias... na dúvida vá comprar um Rolex!


Eu parado na consagrada Abbey Road (ao menos é de graça), que deu origem a uma das capas de LP mais famosas e consagradas da história do rock. Mas por que não tirei foto atravessando a rua como todo mundo? Pode até ser que minha ida até aquele lugar tenha sido por motivos banais, turísticos mesmo, mas daí a atravessar para fazer foto já é "mico" demais, né? Tirar retrato por ali já é clichê que chegue. Para que atravessar? Mas... quem sabe um dia, né?


Minha mãe, que decepção, atravessando a Abbey Road... parece turista! Pô, mãe!


Por fim o mítico estúdio da Abbey Road... nem vou comentar nada!


Agora, antes de sair da cidade, vamos ver se aprendeu algo: Dá para ver o Big Ben na foto abaixo? Por que?


E para finalizar...


Legal a folhagem colorida, né? 

Próxima parada - Lisboa - Portugal


sexta-feira, 25 de setembro de 2020

02 - A EXCURSÃO DE DANTE - PARTE 03 - FRANÇA - VERSALHES

VERSALHES - FRANÇA

Eu e minha mãe chegando ao Palácio de Versalhes com os turistas... mas não como eles, claro. Segunda vez em Versalhes e segunda com chuva, então os culpados por isso que se cuidem, porque se eu pego é guilhotina na certa!


Ok, tudo bem, não quero ser injusto, pois até os turistas têm alguma utilidade e, se por um lado poluem todas as fotos em que queremos mostrar somente algum prédio histórico ou monumento, por outro eles servem de referência para a questões de escala. Por exemplo: Podemos ter uma ideia das distâncias se olharmos a mandada... digo, a fila de turistas, e de tamanho, se compararmos com o prédio do Palácio. Reparem na foto abaixo.



Eu amo dias chuvosos, mas visitar pela segunda vez os jardins de Versalhes naquelas condições é o que eu chamaria de pecado divino, se eu acreditasse em pecados e divindades, obviamente, mas como não é o caso, foi só uma coincidência meteorológica. 


Para os cinéfilos de plantão indico aqui um filme que conta um pouco sobre a história daquele jardim, ou parte dele, estou falando de "Um Pouco de Caos", onde acompanhamos a história da paisagista Sabine de Barra (Kate Winslet), que auxilia o arquiteto contratado pelo Rei Luís XIV, mas que tem um estilo oposto ao dele... Estrago o filme se eu disser que os opostos se atraem? Foi mal! 

Logicamente o passeio pelo interior do Palácio de Versalhes foi mais tranquilo (e seco) e percorrermos por alguns dos quilométricos corredores que ligavam os cômodos das realezas (como no Louvre ou qualquer palácio do mundo daquele período), e na foto o "corredor" mais famoso, conhecido como "A Galeria dos Espelhos"... como já devem imaginar, a foto está apontando para o teto, porque os turistas ainda não ocuparam aquele espaço... ainda bem que não há moscas turistas, né?

E um dos quarto a que tivemos acesso foi ao quarto da Rainha Maria Antonieta (ou Marie Antoniette, se preferir a versão francesa)...


... Acho que era dela... aquele busto ali, não é ela? Bom, da Kirsten Dunst é que não é. Falando nisso assistam ao filme da Sofia Coppola sobre a Rainha da França que no fim da história acabou perdendo a cabeça... opa! Estraguei o final de novo? 


Devo ter tirado, só ali em Versalhes umas 500 fotos (ainda bem que as fotos hoje são digitais, porque usar filme ali, ainda mais naquela correria de excursão, não daria certo), mas só coloquei aqui "aquele licor a mais" que importa, porque o bombom inteiro seria cansativo (para mim) e agora é voar, voar (credo, que comentário cafona... deve ser febre turista).

Próxima parada - Londres - Inglaterra


sexta-feira, 18 de setembro de 2020

02 - A EXCURSÃO DE DANTE - PARTE 03 - FRANÇA - PARIS

 PARTE 03

FRANÇA - PARIS

Menos de um anos depois em que estive em Paris (confira aqui no Blog o texto "Natal com Neve em Paris") eu já estava de volta àquela encantadora cidade, e se no ano anterior a excursão se resumia a eu, minha mãe e mais duas pessoas que quase não vimos, desta vez era um ônibus lotado de turistas totalmente fora de si... bom, turista fora de si é redundância, né? Mas fazer o que? Agora tínhamos que ir até o fim...


Se acha que mostro esta foto por causa da Torre Eiffel, então definitivamente você é um turista, mas se prestou atenção no primeiro plano e reparou na Estátua da Liberdade, então você é um potencial viajante. "- Ué, mas a estátua da Liberdade não fica nos Estados Unidos?". Por favor, não me decepcione, pois não é segredo que a referida estátua foi feita pelos franceses, que presentearam aquele pais com o monumento. Mas a verdade, que poucos sabem, é que Paris tem, não somente uma, mas duas Estátuas da Liberdade originais... tudo bem, são em escala bem menor, mas ao menos são obras originais e legitimamente francesas. 

E lembram que no texto sobre Roma eu comentei sobre enormes obeliscos retirados do Egito e levados para a Europa? Pois é, olha mais um ali... e o mistério continua: Como diabos eles conseguiram levar aquele "pitoco" gigantesco e pesado, do Egito para Paris? Se hoje ainda seria um transporte complicado, o que dirá em séculos passados.


Outro dia vi uma foto de um palácio do antigo Egito, onde havia obeliscos na entrada, mas com um deles faltando e certamente é um desses que hoje mora na Europa, só não sei qual deles... Se o palácio que vi era o Templo de Luxor, então ele é o que está hoje na Place de la Concorde, mesmo lugar onde cabeças rolaram, literalmente.

Cabeças de quem? Como assim de quem?! De Luís XVI, de Maria Antonieta, de Danton e Robespierre, entre outros. Quem eram?! Está me testando ou foi uma pergunta retórica?

A maioria dos pontos históricos importantes, como os que mostrei nas fotos ali em cima (e na próxima abaixo), foram tiradas do ônibus em movimento, porque como já repeti inúmeras vezes, estávamos aprisionados num pacote organizado por uma agência de turismo, que costuma a vender pacotes com o mínimo possível de visitas pelo maior preço que puderem, então torça para sentar do lado certo do ônibus, de onde poderá vislumbrar ( e se tiver sorte conseguir uma boa foto) de todos os monumentos legais, mas fora do programa.

Na foto abaixo, aliás, podemos ver o alto da Torre de St. Jacques, de estilo gótico, que foi erguida entre os anos de 1508 e 1522, como parte da igreja de Saint-Jacques de la Boucherie, que foi uma das igrejas de Paris até ser demolida 1797 (o que podemos chamar de pecado, literalmente).


... E se já viram o excelente "Fugindo do Inferno", de 1963, saibam que foi a obra que me inspirou a bolar uma grande fuga do cárcere
turístico... o ônibus que levava os prisioneiros (os turistas e eu), seguia em direção àquela celebre das atrações, que seria a mais  aguardada entre a turistada, a Torre Eiffel!! 

Mas quando o ônibus parou no sinal de trânsito, quase em frente ao Louvre, pulei fora o mais rápido possível e atravessei a ponte correndo em direção a liberdade (igualdade e fraternidade... preciso explicar a piada?).

Minha mãe, ao contrário de mim, não teve a sorte de conseguir escapar e ficou no ônibus, cansada a exaustão por causa dos passeios que usavam como tortura (sempre na correria e sem descanso) e seguiu com a excursão em direção a Torre, que, pelo que entendi, ela nem teve energia para visitar. 


Caminhei a pé por toda a região, explorando o que deu, no meu passeio solo. Depois de algumas horas segui para o Louvre, onde eu sabia que a excursão terminaria aquele dia, visitando seu interior, e como a excursão não enfrentaria as filas quilométricas, eu, espertamente, me deixei ser recapturado. 

Se não tem ideia do que é prédio do Louvre, digo logo que nem que você vá morar no antigo palácio pelo resto da vida, jamais irá conseguir conhecer todo o interior do prédio e muito menos do que é exibido ali.

E eu ia dizer que, logicamente, iria resumir a experiência da minha visita, que não deve ter durado mais de três horas por lá, ou quatro, se muito, mas a verdade é que a palavra resumir não se aplica aqui, já que para uma visita descente (mas ainda assim resumida) eu precisaria de uns cinco dias úteis visitando todos os dias, para dar conta de atravessar as principais exposições do museu com a devida, e merecida, atenção... bom, mas eu estava numa excursão e se por um lado não pegamos filas, seguir a programação deles, deveria se chamar "maratona"... tente apreciar um quadro enquanto corre!


Nossa visita começou pelo subsolo do museu, onde podemos ver nas paredes as pedras da fundação original do palácio e a maquete mostra como era o Louvre ainda "filhote". Uma bela evolução... e olha que Darwin nem era arquiteto!

Mas a maquete e a fundação original são apenas a entrada do suculento banquete bem servido de arte e história, oferecido pelo célebre museu e dali seguimos para os aposentos de Napoleão, que usou o palácio como residência. 


Reparem nos detalhes dos aposentos do imperador, nas fotos, acima e abaixo, e se não ficar com lágrimas nos olhos é porque você é pior que turista. 


E se querem uma fotografia mais aberta dos aposentos, aí vai:


E sabe porque não há turistas tentando acampar ali? Por que o museu não permite a entrada de visitantes naquelas áreas (o que faz muito bem) e temos que ver tudo do corredor que corta os salões. Para ter uma ideia do tamanho, creio que uma família poderia morar ali na lareira com relativo conforto... aquecimento no inverno garantido!

Deu fome? Que pena, pois a mesa é só para o imperador, sua família e convidados... turistas, no máximo, uma guilhotina ao ponto. A pergunta que fica no ar é: Como uma pessoa numa ponta da mesa se comunicava com alguém da outra ponta? Mandavam cartas? Pombo correio? Whatsapp certamente não era... mistério!


E o que dizer dos corredores... se fosse hoje só dava para chamar um Uber para atravessa-los, mas na época usavam o que ali?

Fico imaginando um nobre qualquer mandando recados para outro do outro lado do palácio e esperando uma resposta, que podia levar a um debate, então tenho pena de quem levava o recado, se ir a pé era a única solução.

Se as Olímpiadas da era moderna já valessem ali, certamente os "levadores de recados" seriam medalhistas certos das corridas de longa distância.


Minha mãe não aguentou e no meio do passeio desistiu e foi procurar um lugar para esperar sentada perto da saída. Excursão é assim, te mata, mas cumpre o programa ao pé da letra... e se acham que ganha desconto por isso, melhor esperar sentado ao lado da minha mãe.

Mas eu continuei o passeio e, depois dos aposentos do Napoleão, seguimos para a ala das grandes artes, onde veríamos esculturas celebres como a da Vênus de Milo...



... ou a Vitória de Samotrácia.



Além das esculturas famosas, logicamente veríamos as pinturas, que também fazem parte da constelação de estrelas daquele museu cinematográfico (apareceu no filme "Código DaVinci", adaptação do romance do mesmo nome).

Mas se pensam que existe a possibilidade de contemplar e apreciar, qualquer que seja a obra, como na foto abaixo, ...



... esqueçam!!! A foto é uma ilusão de ótica, causada por um fenômenos chamado "edição". A verdade é que se a foto mostrasse um pouco mais a esquerda ou a direita, veriam que o local estava lotado e que, a aparência de vazio por causa dos espaços em volta da moça, foi uma eventualidade que durou menos de um segundo, mas tempo suficiente para somente um "clique" da máquina, que congelou aquele momento efêmero para sempre, graças a habilidade do fotógrafo talentoso... no caso eu mesmo.

Se querem ter uma ideia da realidade, mostro outra foto, que desta vez estará no triste contexto do turismo predatório.


Quer contemplar? Então é melhor arrumar um trabalho como segurança noturna do museu, porque de dia, aberto ao público, a paz e a calma dali só é comparada a dos gladiadores na época do Coliseu em dia de "espetáculo".

Tá, mas e a Monalisa?! Ahh, claro, o turista clichê, querendo ver La Gioconda... ok, olha aí:



Achou a foto ruim? Pois é, tente fotografar um retrato pequeno (porque a pintura realmente é pequena) com um vidro a prova de balas na frente e uma manada de turistas na sua frente, te impedindo de chegar a dez metros da obra... sem contar que entre o público e o quadro ainda tem um espaço de segurança. 


Quer ver a Monalisa em todos os seus detalhes e esplendor
? Então compre um livro de artes, que a foto do livro será melhor do que a que conseguirá fazer, e ainda poderá apreciar a vontade, sem distâncias de segurança, sem vidros a prova de balas e, o melhor de tudo, sem a turistada atrapalhando você.

Agora eu também vou (tentar) descansar um pouco, porque amanhã tem mais!

Próxima parada - Versalhes - França