PARTE 03
FRANÇA - PARIS
Menos de um anos depois em que estive em Paris (confira aqui no Blog o texto "Natal com Neve em Paris") eu já estava de volta àquela encantadora cidade, e se no ano anterior a excursão se resumia a eu, minha mãe e mais duas pessoas que quase não vimos, desta vez era um ônibus lotado de turistas totalmente fora de si... bom, turista fora de si é redundância, né? Mas fazer o que? Agora tínhamos que ir até o fim...
Se acha que mostro esta foto por causa da Torre Eiffel, então definitivamente você é um turista, mas se prestou atenção no primeiro plano e reparou na Estátua da Liberdade, então você é um potencial viajante. "- Ué, mas a estátua da Liberdade não fica nos Estados Unidos?". Por favor, não me decepcione, pois não é segredo que a referida estátua foi feita pelos franceses, que presentearam aquele pais com o monumento. Mas a verdade, que poucos sabem, é que Paris tem, não somente uma, mas duas Estátuas da Liberdade originais... tudo bem, são em escala bem menor, mas ao menos são obras originais e legitimamente francesas.
E lembram que no texto sobre Roma eu comentei sobre enormes obeliscos retirados do Egito e levados para a Europa? Pois é, olha mais um ali... e o mistério continua: Como diabos eles conseguiram levar aquele "pitoco" gigantesco e pesado, do Egito para Paris? Se hoje ainda seria um transporte complicado, o que dirá em séculos passados.
Cabeças de quem? Como assim de quem?! De Luís XVI, de Maria Antonieta, de Danton e Robespierre, entre outros. Quem eram?! Está me testando ou foi uma pergunta retórica?
A maioria dos pontos históricos importantes, como os que mostrei nas fotos ali em cima (e na próxima abaixo), foram tiradas do ônibus em movimento, porque como já repeti inúmeras vezes, estávamos aprisionados num pacote organizado por uma agência de turismo, que costuma a vender pacotes com o mínimo possível de visitas pelo maior preço que puderem, então torça para sentar do lado certo do ônibus, de onde poderá vislumbrar ( e se tiver sorte conseguir uma boa foto) de todos os monumentos legais, mas fora do programa.
Na foto abaixo, aliás, podemos ver o alto da Torre de St. Jacques, de estilo gótico, que foi erguida entre os anos de 1508 e 1522, como parte da igreja de Saint-Jacques de la Boucherie, que foi uma das igrejas de Paris até ser demolida 1797 (o que podemos chamar de pecado, literalmente).
Mas quando o ônibus parou no sinal de trânsito, quase em frente ao Louvre, pulei fora o mais rápido possível e atravessei a ponte correndo em direção a liberdade (igualdade e fraternidade... preciso explicar a piada?).
Minha mãe, ao contrário de mim, não teve a sorte de conseguir escapar e ficou no ônibus, cansada a exaustão por causa dos passeios que usavam como tortura (sempre na correria e sem descanso) e seguiu com a excursão em direção a Torre, que, pelo que entendi, ela nem teve energia para visitar.
Caminhei a pé por toda a região, explorando o que deu, no meu passeio solo. Depois de algumas horas segui para o Louvre, onde eu sabia que a excursão terminaria aquele dia, visitando seu interior, e como a excursão não enfrentaria as filas quilométricas, eu, espertamente, me deixei ser recapturado.
Se não tem ideia do que é prédio do Louvre, digo logo que nem que você vá morar no antigo palácio pelo resto da vida, jamais irá conseguir conhecer todo o interior do prédio e muito menos do que é exibido ali.
E eu ia dizer que, logicamente, iria resumir a experiência da minha visita, que não deve ter durado mais de três horas por lá, ou quatro, se muito, mas a verdade é que a palavra resumir não se aplica aqui, já que para uma visita descente (mas ainda assim resumida) eu precisaria de uns cinco dias úteis visitando todos os dias, para dar conta de atravessar as principais exposições do museu com a devida, e merecida, atenção... bom, mas eu estava numa excursão e se por um lado não pegamos filas, seguir a programação deles, deveria se chamar "maratona"... tente apreciar um quadro enquanto corre!
Nossa visita começou pelo subsolo do museu, onde podemos ver nas paredes as pedras da fundação original do palácio e a maquete mostra como era o Louvre ainda "filhote". Uma bela evolução... e olha que Darwin nem era arquiteto!
Mas a maquete e a fundação original são apenas a entrada do suculento banquete bem servido de arte e história, oferecido pelo célebre museu e dali seguimos para os aposentos de Napoleão, que usou o palácio como residência.
Reparem nos detalhes dos aposentos do imperador, nas fotos, acima e abaixo, e se não ficar com lágrimas nos olhos é porque você é pior que turista.
E se querem uma fotografia mais aberta dos aposentos, aí vai:
E sabe porque não há turistas tentando acampar ali? Por que o museu não permite a entrada de visitantes naquelas áreas (o que faz muito bem) e temos que ver tudo do corredor que corta os salões. Para ter uma ideia do tamanho, creio que uma família poderia morar ali na lareira com relativo conforto... aquecimento no inverno garantido!
Deu fome? Que pena, pois a mesa é só para o imperador, sua família e convidados... turistas, no máximo, uma guilhotina ao ponto. A pergunta que fica no ar é: Como uma pessoa numa ponta da mesa se comunicava com alguém da outra ponta? Mandavam cartas? Pombo correio? Whatsapp certamente não era... mistério!
E o que dizer dos corredores... se fosse hoje só dava para chamar um Uber para atravessa-los, mas na época usavam o que ali?
Fico imaginando um nobre qualquer mandando recados para outro do outro lado do palácio e esperando uma resposta, que podia levar a um debate, então tenho pena de quem levava o recado, se ir a pé era a única solução.
Se as Olímpiadas da era moderna já valessem ali, certamente os "levadores de recados" seriam medalhistas certos das corridas de longa distância.
Minha mãe não aguentou e no meio do passeio desistiu e foi procurar um lugar para esperar sentada perto da saída. Excursão é assim, te mata, mas cumpre o programa ao pé da letra... e se acham que ganha desconto por isso, melhor esperar sentado ao lado da minha mãe.
Mas eu continuei o passeio e, depois dos aposentos do Napoleão, seguimos para a ala das grandes artes, onde veríamos esculturas celebres como a da Vênus de Milo...
... ou a Vitória de Samotrácia.
Além das esculturas famosas, logicamente veríamos as pinturas, que também fazem parte da constelação de estrelas daquele museu cinematográfico (apareceu no filme "Código DaVinci", adaptação do romance do mesmo nome).
Mas se pensam que existe a possibilidade de contemplar e apreciar, qualquer que seja a obra, como na foto abaixo, ...
... esqueçam!!! A foto é uma ilusão de ótica, causada por um fenômenos chamado "edição". A verdade é que se a foto mostrasse um pouco mais a esquerda ou a direita, veriam que o local estava lotado e que, a aparência de vazio por causa dos espaços em volta da moça, foi uma eventualidade que durou menos de um segundo, mas tempo suficiente para somente um "clique" da máquina, que congelou aquele momento efêmero para sempre, graças a habilidade do fotógrafo talentoso... no caso eu mesmo.
Se querem ter uma ideia da realidade, mostro outra foto, que desta vez estará no triste contexto do turismo predatório.
Quer contemplar? Então é melhor arrumar um trabalho como segurança noturna do museu, porque de dia, aberto ao público, a paz e a calma dali só é comparada a dos gladiadores na época do Coliseu em dia de "espetáculo".
Tá, mas e a Monalisa?! Ahh, claro, o turista clichê, querendo ver La Gioconda... ok, olha aí:
Achou a foto ruim? Pois é, tente fotografar um retrato pequeno (porque a pintura realmente é pequena) com um vidro a prova de balas na frente e uma manada de turistas na sua frente, te impedindo de chegar a dez metros da obra... sem contar que entre o público e o quadro ainda tem um espaço de segurança.
Agora eu também vou (tentar) descansar um pouco, porque amanhã tem mais!
Próxima parada - Versalhes - França
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