APERTEM OS CINTOS E
BOA VIAGEM... OU NÃO!!!
Eu nunca, nunca, jamais, viajo para fazer turismo. Acredito
que viagens motivadas por simples vontade de tirar fotos ao lado de algum
monumento para mostrar a amigos e familiares, que esteve em determinado lugar e
assim sentir o gostinho do status, que provavelmente não tem, pura cafonice.
Coisa de brasileiro pobre. Pobre de espírito, claro, porque se fosse de
dinheiro não estariam na Europa, concordam?
Então, se virem retratos meus, ao
lado de alguma estátua, ou de algum prédio icônico, saibam que foi um simples acidente!! Posso até
parecer estar posando, mas é só ilusão de ótica. No máximo minha mãe (é, fui
com minha mãe! Por quê?) fazendo, orgulhosa, o registro de sua cria, já
quarentona, em lugares, digamos, estratégicos, como se tivesse 8 anos de
idade... a cria, não a mãe. Acho que se valorizar usando possibilidades
financeiras, uma das demonstrações mais vulgares da futilidade humana.
Como
posso falar isso sendo parte da humanidade? Mas quem disse que faço parte desta
espécie em franca regressão evolutiva? Deus me livre! Ahh... Aliás, sou ateu.
Mas sou um ateu democrático, então não se preocupem. Por que viajo se não é
para fazer turismo? Bom, viajo para ampliar meus horizontes, para pesquisar,
adquirir conhecimento, estimular meu lado criativo e por ai vai... Mas também passeio
e compro bugigangas. Considerem os dois últimos como efeito colateral
Voltando
ao assunto, outra coisa que evito são excursões, aquelas viagens em grupo,
sabe? Os grupos das excursões, de origem biológica duvidosa e possuidores de
vácuo intracraniano, são aqueles tipos que, por exemplo, numa visita as ruínas
de alguma cidade milenar, com importância histórica sem precedentes, preferem
discutir sobre o final da novela que irão perder por estarem fazendo turismo!!
Talvez pareça arrogância, mas li uma frase creditada ao Jô Soares (não dá para
confiar na Internet), que diz algo mais ou menos assim: “Quando argumentamos,
demonstrando algum conhecimento, choca e faz com que você pareça
arrogante."... Pensando bem, acho que essa frase é minha mesmo.
Mas é sempre
bom lembrar que cultura não é o que entra pelos olhos, mas o que modifica o
olhar... Para os engraçadinhos de plantão, que perguntarem se essa lógica vale
para os cegos, respondo: Sim, vale, porque não citei só os olhos/olhares
físicos, mas os da alma (ué, mas você não é ateu?). Com ou sem excursão o fato
é que não dá para ignorar uma viagem a Europa, por exemplo, embora, talvez, parte do grupo
preocupado com o fim da novela e afins, discorde.
Bom, mas vamos ao que
interessa: Minhas duas primeiras viagens a Europa em excursões organizadas por uma
agencia de turismo.
“- Ué, mas você disse que não faz turismo!”
Quer ouvir as histórias ou não? Acha que me meti naquelas roubadas de excursão de agencia de
turismo por desejo próprio? Certamente não foi desejo meu, mas desejo de minha mãe
e, mãe é mãe!! A minha, desconfio eu, que tenha raízes ítalo-judaica. Só pode!
Ou eu ia com ela, e do jeito dela, ou ela me faria testemunhar alguma tragédia
operística.
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